Crookes e Kate King – uma comprovação científica da imortalidade

Coluna “O Médium de ontem”

Henderson Marques Lopes (Juiz de Fora)
Publicado na revista O Médium nº 565, maio/junho de 1992

Nesse ano de 1992(*), duas significativas datas devem ser relembradas, no âmbito do movimento espírita mundial: os 160(*) anos de William Crookes e o fenômeno da materialização, a 120(*) anos do espírito Kate King, objeto de profundas investigações do sábio inglês na área de efeitos físicos.

William Crookes reencarnou em Londres, no dia 17 de junho de 1832. Tendo ingressado no colégio Real de Química, em 1848 (por sinal, ano dos fenômenos de Hydesville, EUA, marco histórico do Espiritismo), dedicou-se, inicialmente, aos estudos da química orgânica. Depois, espírito mais voltado à pesquisa científica, direcionou os seus trabalhos para espectroscopia, ou observação da luz e seus efeitos por meio de espectro (imagem) proporcionado por um prisma. Aprofundou-se na análise da irradiação e luminosidade observáveis em volta do catodo (eletrodo negativo), para o que construiu o chamado “Tubo de Crookes”, onde tal radiação podia ser melhor observada. Esses estudos proporcionaram, mais tarde, a produção em massa da lâmpada incandescente, descoberta por Edson em 1879. Suas pesquisas na área do espectro solar levaram-no à construção do radiômetro e a descoberta do chamado quarto estado da matéria, ou “energia radiante”, sendo por isso agraciado pela Academia de Ciências da França. Recebeu ainda o grau de “Cavaleiro do Reino Unido”. Fez parte de várias sociedades científicas, tendo presidido de 1913 a 1915 a Real Sociedade de Química. “Sir” William Crookes desencarnou em Londres no dia 4 de abril de 1919.

Mas o que certamente mais nos interessa de modo direto é o trabalho desenvolvido por Crookes na área da fenomenologia espírita. Esse renomado cientista realizou experiências de materialização por meio da jovem médium Florence Cook. Por dezenas de vezes materializou-se o espírito, de forma feminina, que atendia pelo nome de “Katie King”, o que se deixou mesmo fotografar ao lado do sábio. A primeira materialização ocorreu no dia 22 de abril de 1872, portanto, há 120(*) anos. O espírito materializado, que podia falar e andar pelo ambiente, foi submetido a exaustivas investigações por parte de Crookes, com testemunhas, sendo que o cientista realizou pesagens do ectoplasma (matéria fluídica que emana do corpo do médium e se presta à realização de fenômenos de efeitos físicos). Todas as experiências foram feitas sob rigoroso controle científico, e os procedimentos e os estudos do sábio inglês podem ser lidos em “Fatos Espíritas” (ed. FEB).

Crookes afirmou: “O Espiritismo está cientificamente comprovado”. Ele demonstrou, à luz da ciência, muito embora a descrença e o repúdio de muitos, a certeza da imortalidade – já afirmada estudada anteriormente por Allan Kardec -, a sobrevivência do Espírito, que segue em frente, rumo à Perfeição a que está destinado pelo Pai Supremo. Nossas homenagens ao sábio William Crookes e àqueles que, com ele, souberam escrever, com determinação e coragem, uma página luminosa da história do Espiritismo.

(*) devemos acrescer 31 anos aos números citados

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