O sentimento religioso: brota no coração e se desenvolve na mente

Rogério Coelho

(…) Torna tua vida um hino de amor e deixa que o sentimento religioso trabalhe tuas inspirações[1].

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Poderoso propulsor de nossa marcha evolutiva, o sentimento religioso, ínsito na intimidade da alma, deve ser estimulado sempre, pois é através desse nobre sentimento que seremos auxiliados de vários modos em nossa incessante busca pela perfeição. Com ele enfrentaremos as vicissitudes naturais do carreiro evolutivo com mais tranquilidade, equacionando-as ou, pelo menos, minimizando-as à medida que aparecem. Tal sentimento nos dará o acréscimo de energia para o enfrentamento das dores, auxiliando-nos a superá-las, e ensejará uma suficiente abertura em nosso entendimento a fim de que possamos compreender o sentido da dor, a necessidade das lutas e das renúncias, ao mesmo tempo em que dinamizará nosso bom ânimo que, consequentemente, nos firmará no escorregadio terreno das provas e expiações.

Na obra mencionada, a nobre Mentora Joanna de Ângelis nos convida a mergulhar diariamente o pensamento numa frase de Jesus, dela fazendo um elo com o Pai Celestial, uma vez que tal providência não só nos auxiliará a enfrentar com serenidade e brio os percalços da vida, mas nos oferecerá os recursos para superá-los com eficiência, logrando o sucesso de nosso empreendimento evolutivo.

Sendo o sofrimento uma realidade ainda ligada ao nosso processo evolutivo, o sentimento religioso, ou seja, a religiosidade, é a terapêutica criadora da resignação dinâmica que nos permite uma antevisão do futuro risonho, no qual nossa caminhada evolutiva se estenderá sem altibaixos, ensejando-nos uma estabilidade emotiva tão necessária à percepção e entendimento dos Planos Divinos em favor de nossa alteada destinação espiritual.

Do que ensina a Mentora amiga, ainda podemos depreender que

O sentimento religioso brota no coração e se desenvolve na mente, ora como necessidade de união com Deus, vezes outras como forma de louvor e de gratidão a Ele, portanto não tem a finalidade de negociar benefícios, mediante pedidos incessantes e promessas ilógicas, tão ao gosto de muitas criaturas detentoras de credulidade irrefletida. Sem dúvida, ele assim também se expressa em alguns níveis de consciência, revelando-se em forma primária, ingênua, mas que crescerá na direção das finalidades elevadas. É inata a tendência humana para a adoração. Quando não o faz a Deus, aplicando o sentimento religioso, deriva-a para objetos, pessoas e aspirações. Na ambição da fortuna, torna o homem avaro; na busca do prazer incessante, atira-o à luxúria; na sede da fama ou do poder, apaixona-o e o torna ególatra na conquista do mundo, ensandece-o e vitima-o. Canalizando-a, porém, para o sentimento religioso, liberta-o, ampliando-lhe as metas e aspirações que se transformam no essencial a conquistar, proporcionando-lhe os meios saudáveis para consegui-lo. Todos os grandes vultos da humanidade logra­ram realizar os seus sonhos de contribuir para o progresso geral, graças à religiosidade que aplicaram aos seus planos e ao sentimento de fidelidade que mantiveram em relação aos mesmos, jamais se afastando dos rumos que seguiam[ii].

Se Jesus afirmou ser Ele o “Caminho”, é evidente que, seguindo-O, não nos perderemos; mas, para que O sigamos sem possibilidade de desvios desastrosos, faz-se necessário que nos situemos no mesmo patamar da decisão que fez Paulo escrever aos gálatas (2:20): “já não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim”.


[1] FRANCO, Divaldo P. No rumo da felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis. Santo André: CE Bezerra de Menezes, 2001

[ii] Idem

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