Grupo Espírita de Assistência aos Enfermos
Entrevista com Laércio Rocha
Fundado há quase 34 anos, o Grupo Espírita de Assistência aos Enfermos (GEDAE) presta contribuição ímpar ao acolhimento dos que enfrentam dificuldades físicas e mentais em nossa região. Pautado pela proposta cristã de amor ao próximo, é instituição de referência em Juiz de Fora. Para conhecer um pouco mais de seu trabalho, entrevistamos Laércio Rocha, um dos fundadores do grupo e atual presidente.
RM: O senhor já é bem conhecido em nossa cidade pelo trabalho na seara espírita. Até participar da fundação do GEDAE, poderia falar um pouco de sua trajetória no Movimento Espírita?
Laércio: Conheci uma moça, minha vizinha, que viria a ser minha namorada e que me levou pela primeira vez ao Centro Espírita União, Humildade e Caridade, onde funcionava a mocidade espírita Venâncio Café. Lá tive meus primeiros contatos com nossa querida Doutrina Espírita. Nas décadas de 1940 e 1950, ainda jovens, evangelizávamos crianças e realizávamos a campanha do quilo. A partir daí época, iniciei meus estudos espíritas, começando a fazer palestras, e continuei nesse caminho por muitos anos. Também participei da fundação do Centro Espírita Nosso Lar, casa muito querida.
RM: O que motivou a fundar o GEDAE?
Laércio: A fundação do GEDAE, em setembro de 1989, se deveu ao interesse de servir de nossa irmã Dinaura Pimentel Gomes, que reuniu um grupo de pessoas para atender os portadores do vírus HIV, ainda muito desconhecido pela própria medicina da época. No início, havia muito medo, pois não eram conhecidas as formas de contaminação, nem havia tratamento adequado. Havia receio de se compartilhar objetos e até mesmo de se tocar as pessoas contaminadas. Para se ter uma ideia, havia apenas dois leitos para atender Juiz de Fora e região, o que dificultava o próprio acolhimento dos doentes. Esse grupo, do qual eu já fazia parte, passou a visitar essas pessoas em suas residências ou em hospitais, levando orientação evangélica e aplicando passe. Dessa iniciativa surgiu a ideia de se fundar uma organização que pudesse acolhê-los, de acordo com as demandas sanitárias e os pressupostos espíritas.
RM: Quais são as atuais atividades da instituição? Há novos projetos?
Laércio: A atividade que motivou a fundação do GEDAE ainda ocorre, e contamos com vinte moradores, que recebem muito carinho e os cuidados necessários à sua frágil saúde. Além disso, mantemos uma reunião mediúnica, onde exercitamos a caridade junto aos irmãos desencarnados.
Desenvolvemos ainda dois Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), em parceria com a prefeitura de Juiz de Fora. O primeiro deles, o “Brincando de Viver”, é voltado às crianças da região, acolhidas com muito carinho. No projeto, elas são motivadas ao convívio familiar saudável, aliado ao cumprimento dos deveres e ao recebimento de direitos. O segundo, o “Bem Viver”, já é direcionado aos idosos, com orientações e atividades adequadas à faixa etária.
Por fim, destacamos nosso trabalho voltado à saúde mental. Atualmente, o GEDAE administra as 27 residências terapêuticas de Juiz de Fora, sendo cada casa com 10 moradores. Estas pessoas, com transtornos ou deficiências mentais, recebem todos os cuidados, do alimento à higiene pessoal, e são acompanhados 24h por dia.
Estamos elaborando novas iniciativas, que, em breve, serão do conhecimento de todos.
RM: Como os espíritas de Juiz de Fora podem ajudar o trabalho do grupo?
Laércio: Compreendemos que os espíritas já têm muitas atribuições em seus centros, mas todos são bem-vindos à instituição, seja com presença física, visitando ou assumindo trabalhos, ou por meio de doações materiais ou em dinheiro. Nossa despesa é muito grande e não temos fonte de renda fixa. O GEDAE fica na rua Maria Gonçalves Tôrres, 150, bairro Nossa Senhora de Lourdes, em Juiz de Fora. Estão todos convidados!
Feliz em saber noticias do anjo que me ajudou e trago em minhas calibrações de amor fraterno. Saudades da equipe do C.E.NossoLar.
Minha gratidão eterna 🙏🏻💙