Serviço, humildade, caminho
O serviço respaldado na humildade é o caminho mais curto da alforria espiritual.
Rogério Coelho
“Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros.”
Jesus (Jo., 13:14)
Senhor e Mestre, Jesus nunca perdeu uma oportunidade sequer para ensinar às criaturas terrestres o caminho da emancipação espiritual. Ensinando e agindo em insofismável simetria, Seus atos sempre estiveram coerentes com Seus ensinos. Invariavelmente, Suas palavras eram adubadas por Seus exemplos, por isso eram plenas de autoridade e singularmente formosas.
Somente o serviço ao próximo, respaldado pela humildade, poderá compor a equação cujo corolário é a descoberta do caminho para a meta espiritual que nos está assinalada. Antes da festa da Páscoa (Jo., 13:1 a 15), sabendo Jesus que já era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, quis deixar registrado de forma indelével o modus-operandi capaz de levar-nos na direção da alforria espiritual, exemplificando de forma simultânea o serviço e a humildade.
Levantou-Se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-Se. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Em seguida, falou aos perplexos seguidores da Boa-Nova:
“Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
Atentemos que, para lavar os pés de Seus discípulos, Jesus primeiro cingiu-Se com uma toalha e dobrou-Se, ajoelhando-Se. É significativa a essência desses gestos: ao cingir-
Se, mostrou que devemos estar presos, envolvidos, cingidos aos trabalhos perseverantes em favor do próximo, e ao dobrar-Se, exemplificou a humildade que deve acondicionar nossa vida de relação.
Serviço e humildadeconstituem-se, portanto, importantes e indispensáveis elementos da equação da vida que ensejará a localização da saída dos círculos viciosos das reencarnações expiatórias. É o que formalmente Jesus chamou de “porta estreita”,que, ao ser atravessada, permitirá o acesso às pastagens espirituais nas alcandoradas e sublimes regiões do infinito.